segunda-feira, 25 de abril de 2016

Quanto vale você?Quanto vale seu voto?


“Eu vou votar no fulano de tal porque tapou o buraco na minha rua”. “Eu vou votar naquele candidato que me arrumar um emprego”. “Eu vou votar nessa pessoa porque ela me arrumou uma consulta médica gratuita e uns remédios”. “Eu vou votar em fulano porque ele me deu um saco de cimento pra eu terminar a minha calçada”. “Eu nessa  eleição vou anular meu voto”, “ Vou rasurar”, “ Vou votar em branco”, “Todos os políticos são iguais, uma cambada de ladrões do dinheiro do povo”, “ Estou de saco cheio de política”. “ Eu não sei em quem vou votar. Voto em qualquer um que me você me falar”.



Você já ouviu estas frases na rua ou na sua família? Ou você mesmo já falou algumas delas? Claro que sim. Todos nós um dia já falamos alguma frase das citadas.

Outro dia estava na loteria pagando uma conta e tinha uma senhora de uns 64 anos mais ou menos reclamando do governo. Ela disse: Este ano eu vou votar em branco. Não estou satisfeita com o atual prefeito, mas vou votar em branco. Na campanha, me arrumaram remédios e depois que ganharam nem me conhecem mais ou nem se lembram  mais da gente. Mesmo assim, eu não vou votar em ninguém.

Entenda a diferença entre voto em branco e nulo.

De acordo com a definição do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o voto em branco é aquele no qual o eleitor não manifesta preferência por nenhum dos candidatos. Já o voto nulo ocorre quando o eleitor  manifesta sua vontade de anular, digitando na urna eletrônica um número inexistente, que não corresponde a nenhum candidato ou partido político oficialmente registrados. O voto nulo é apenas registrado para fins de estatísticas e não é computado como voto válido, isto é, não vai para nenhum candidato, partido político ou coligação.

O voto em branco como é o caso da opinião desta senhora é interpretado como um ato de conformismo, em que o eleitor está satisfeito com qualquer candidato que vencer. O voto nulo é considerado um protesto, significa que o eleitor está descontente com a proposta de todos os candidatos.

A população em geral acredita que anulando ou deixando em branco mais de 50% dos votos a eleição será anulada. Isto não é verdade, pois eles não serão computados aos votos válidos e poderão até ajudar o candidato que não é do desejo popular maior, ou seja, essa senhora que está insatisfeita com o atual prefeito , votando em branco poderá estar ajudando que ele se perpetue no poder e se reeleja. Olha que ingênua ignorância.

Ou seja, quanto maior o número de votos nulos e brancos, menor a necessidade de votos válidos para eleger um candidato. Por exemplo: no caso de 10.000 eleitores, se nenhum votar em branco ou nulo, todos os votos serão válidos. O candidato vencedor será aquele que receber 50% dos votos mais 1, isto é, 5.001 votos. No entanto, se entre esses 10.000 eleitores, 50 votarem em branco ou anularem, haverá 9.950 votos válidos. Assim, o candidato será eleito se alcançar 4.976 votos.

Tentei explicar pra essa senhora que se há o desejo de mudar a estrutura administrativa atual, a única saída é através do voto. 

Muitos políticos ainda agem na velha política do coronelismo e no voto de cabresto. “ Eu te ajudo e você vota em mim”. Muitos “molham” com migalhas as mãos de pessoas humildes usando-as para atingirem seus objetivos e projetos pessoais ambiciosos de chegar ao poder público.

Na mesma fila, tinha outro senhor que me surpreendeu com seu pensamento. Ele disse: “Tenho 67 anos, mas minha cabeça é de jovem. Eu quero mudar minha cidade sim e vou votar diferente”. Olha o paradoxo destas duas pessoas.

Políticos coronelistas são aves de rapina e raça de víboras, como dizia São João Batista. Não querem que o eleitor saiba que através do seu voto, ele pode mudar a vida de seu bairro, de sua cidade, de seu estado e de seu país. Maus políticos não gostam de lidar com pessoas com nível intelectual mais alto, eles querem que as pessoas continuem sendo iletradas, com pouco estudo e  com essa ingênua ignorância que os deixa à mercê da manipulação deles.

Procure saber qual a função de cada cargo público. O que faz um vereador, um prefeito, um governador, um deputado e um presidente. Abra sua mente. Analise os candidatos. Pesquise a vida de cada um. Se a pessoa está na lista de ficha suja, se responde por improbidade administrativa ou se foi envolvido em escândalos, desconfie. Pessoas com esse histórico não são nada confiáveis.

Não venda seu voto pelo cimento, pelo remédio, pela “boquinha”, por 50 reais ou mil reais, por uma promessa de que se ganhar colocará você em algum setor. Não acredite.

Muitos eleitores vendem seu voto em benefício próprio, em busca de resultados imediatistas. Precisamos acabar com esse tipo de comportamento nas eleições. Os eleitores devem ter a consciência que a partir do momento em que trocarem seu voto por alguma coisa individual, acaba o compromisso do candidato com o eleitor e com sua comunidade.

Um comportamento como esse até pode resolver um problema momentâneo da pessoa, mas o seu futuro e de sua família e da sua comunidade fica comprometido. Nunca é demais repetir: vamos escolher melhor nossos candidatos. Se aparecer algum com muito dinheiro; muita propaganda; muitas promessas; desconfie. Vote contra. Vote em alguém do seu ramo, da sua confiança.

Vote em alguém que já provou conhecimento, dedicação, honestidade e que nunca teve processos judiciais. Que seja ficha limpa.

Muitas pessoas reclamam de políticos que estão no poder há 20, 30 anos, ou seja, se reelegem a cada eleição e nada fazem pelo povo. Infelizmente quem os coloca lá, somos nós, com o nosso voto.

Nós pagamos o salário deles e suas regalias e por isso eles têm por dever ajudar o povo produzindo leis justas que contemplem várias esferas da sociedade.

O seu voto não é apenas pra beneficiar você, ou sua rua, ou seu bairro. O seu voto é pra beneficiar a sociedade como um todo. 

Pense nisso. Mude sua visão sobre política. Pense de forma global. Você vale muito mais que um buraco tapado ou um saco de cimento. Pense na sua comunidade, na sua cidade, quantas pessoas, assim como você podem ser beneficiadas com leis que ajudem a resolver pendências do seu dia a dia , sejam elas nas áreas de educação, de saúde, de transporte, obras e serviços. 

Pense grande. Pense coletivo. Vote com consciência e não por favores.

Quanto vale seu voto? Quanto vale você? Pra pensar.








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