“Mulher é morta pelo
próprio companheiro na Comunidade do Escadão, no Galo Branco”, “Ex-marido
mata mulher a facadas no Coelho em SG”, “Dona de casa é morta por marido e seu
corpo é encontrado dentro de porta mala na BR-101, em Guaxindiba”, “Professora
é morta após ser estuprada e esfaqueada em Brasilândia, São Gonçalo”, “Mulher
morre depois de ser espancada dentro de casa, em São Gonçalo”. Todas estas
frases são títulos de matérias que saem nas
páginas policiais dos jornais, o que nos leva a resumir toda esta
barbárie em uma só frase: AS MULHERES DE SÃO GONÇALO ESTÃO DESPROTEGIDAS.
Falta
de proteção e descaso definem bem a
situação das mulheres gonçalenses em relação à violência doméstica na gestão do
atual prefeito. Entregues à própria sorte nas mãos de maridos, ex-maridos,
companheiros ou namorados agressivos e sem onde recorrer para pedir ajuda,
tornam-se vítimas fáceis de seus algozes. O resultado disso são casos cada vez
mais frequentes de mulheres sendo assassinadas brutalmente por seus
companheiros, conforme ocorreu recentemente nos bairros do Coelho e em
Guaxindiba, onde o ex-marido ateou fogo à casa matando a si próprio, a mulher e
um dos filhos.
Msrisa Chaves afirma que políticas em defesa da mulher em SG retrocederam |
De
acordo com a representante do Movimento de Mulheres de São Gonçalo, Marisa
Chaves, o atual prefeito desde o início de seu mandato, sequer recebeu representantes
do Movimento de Mulheres em seu gabinete,
apesar dos inúmeros ofícios enviados. “ A
defesa de mulher e da sociedade gonçalense como um todo, vem sofrendo nestes
três anos grandes perdas como o
fechamento do Centro Especial de Orientação à Mulher Zuzu Angel (Ceom) de
Neves.Há oito meses sem realizar suas atividades, sob alegação da prefeitura de que seria reformado,
o Ceom até hoje não foi devolvido à população feminina de São Gonçalo".
Prestes a completar 19 anos em 26 de agosto de 2016, o Ceom Zuzu Angel foi o primeiro centro público de atendimento às mulheres expostas às situações de violência doméstica e de gênero. “Antes, as mulheres encaminhadas pelas delegacias após casos de violência, iam direto para o Ceom. Mas, agora muitas estão deixando de ser atendidas por que o local está fechado ”, explica Marisa.
Prestes a completar 19 anos em 26 de agosto de 2016, o Ceom Zuzu Angel foi o primeiro centro público de atendimento às mulheres expostas às situações de violência doméstica e de gênero. “Antes, as mulheres encaminhadas pelas delegacias após casos de violência, iam direto para o Ceom. Mas, agora muitas estão deixando de ser atendidas por que o local está fechado ”, explica Marisa.
Outra
perda importante foi a extinção em 2014, da Subsecretaria Municipal de
Políticas para Mulheres que trabalhava com um orçamento de 2 milhões, o que
ajudava a desenvolver políticas públicas para as mulheres. Com a criação da
coordenadoria, esse valor orçamentário passou para 1 milhão e 990 para ser
distribuído em três partes, voltados para Atenção ao Idoso, Mulher e Pessoas
com Deficiência., ou seja , o orçamento destinado às políticas para mulheres
diminuiu consideravelmente e prejudicou o trabalho. Fora que os cargos comissionados aumentaram”,
afirma Marisa que apontou outras perdas. “O Conselho da Mulher perdeu sua sala
e a Casa Abrigo da Mulher, entregue à
Prefeitura de São Gonçalo, em 2012 pela Secretaria de Estado de Assistência
Social e Direitos Humanos (SEASDH) continua fechada. Eu já perdi a esperança de
que este abrigo vá entrar em
funcionamento nesta gestão”.
Marisa Chaves foi convidada pela
REDE-SG para ministrar a palestra "Mulheres no Século XXI:
Desafios e Avanços"
André Correia e Rafaela Silva do diretório da REDE-SG fazem a abertura da palestra |
“Fiquei
muito feliz com o nascimento da REDE que
vem pra trabalhar justamente em rede com
perspectivas de articulação e eu pretendo contribuir para o processo de
reflexão sobre os avanços e desafios da mulher no século XXI, começando pela década
de 20 e chegando aos dias atuais, onde temos alguns retrocessos que colocam em
risco conquistas históricas de movimentos
de mulheres e feministas pelo
Brasil como por exemplo a perda do Ministério da Mulher que passou a ser
uma Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres, o que significou perda de orçamento e recursos
financeiros, Em São Gonçalo tivemos um retrocesso geral nas políticas em defesa
da mulher .A gestão atual não tem
mostrado nenhum compromisso com as politicas para as mulheres. A Campanha “São Gonçalo de mãos dadas pelo fim da
violência contra as mulheres” que já acontecia
há 7 anos consecutivos, não é realizada
desde que o atual prefeito assumiu a prefeitura”.
Dossiê Mulher
O
Dossiê Mulher 2015”, do Instituto de Segurança Pública do Rio de Janeiro (ISP),
aponta São Gonçalo como a cidade do Estado do Rio de Janeiro com o segundo
maior número de casos de ameaças contra o sexo feminino, com 3.711 registros em
delegacias. Já em relação
ao número de homicídios dolosos contra mulheres, São Gonçalo teve aumento de
18%, passando de 10 para 19 registros. "O Dossiê Mulher 2016 deve sair até o
final deste mês e a falta do Ceom já está sendo vista neste aumento da violência
contra a mulher em São Gonçalo nos homicídios
dolosos. A mulher pode até ir à delegacia, mas depois não dispõem mais do acompanhamento
do Ceom e não tendo tempo de se defender, acaba morrendo, vítima do seu agressor. Isso retrata o fracasso das politicas
públicas para as mulheres em São Gonçalo, o que tem contribuído para o feminicídio
(perseguição e morte intencional de pessoas do sexo feminino, classificado como
um crime hediondo no Brasil)".
Diego São Paio conversa com mulheres
O vereador Diego São Paio assistiu a palestra e ao final conversou com a palestrante Marisa Chaves e as mulheres que participaram. Para Marisa, é importante que os pré-candidatos à Prefetiura de São Gonçalo assinem uma carta compromisso com o Movimento de Mulheres pra tentar resgatar pelo menos o que foi perdido.
Diego São Paio com mulheres de liderança em São Gonçalo |
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