O famoso conselho 'Faça o que eu digo, mas
não faça o que eu faço, revela a distorção de valores entre o que eu falo e
combato; e entre o que estou praticando de fato. Quem tem atitudes que não
mereçam servir de exemplos, não é digno de dar conselhos. A prática diferente
do discurso vem permeando a situação atual da administração INTERINA que está no CREA-RJ que vive nestes três meses, um período eleitoral.
Nota-se explicitamente esta contradição entre
o discurso e a prática. Os mesmos que militam politicamente e denunciam a
nível nacional o golpe dado pelo vice-presidente ilegítimo, Michel Temer
contra a presidência de Dilma Roussef
trazem para o CREA-RJ uma postura totalmente distorcida de seus
discursos de esquerda que falam tanto em
democracia e direito. A verdadeira roupagem de suas atitudes é arbitrária e
coerciva.
O que está por trás da açodada decisão de se
aprovar a toque de caixa e no apagar das
luzes o novo Regimento do Conselho?
Estes mesmos que disseram que Temer é um
golpista que usurpou do poder sem ter sido eleito pelo voto popular, agem de
forma semelhante a ele, ao defender no Plenário do CREA-RJ a aprovação rápida
de um regimento que sequer foi discutido com as Câmaras Especializadas do CREA
e sem seguir um processo recomendável e democrático que fosse já debatido
também com o presidente atual
licenciado, eleito por maioria dos profissionais.
A tentativa oportunista propôs até uma sessão
plenária extraordinária o que custará caro aos profissionais que financiam o
CREA. Qual o sentido de urgência que justifique esse custo aos profissionais?
Isso é democracia ou golpe? Por que não aguardam o resultado das eleições para
que isso seja discutido amplamente pelo presidente eleito em conjunto com todas as câmaras especializadas?
Cabe reforçar mais uma vez que a atual
presidência do CREA está INTERINA e tal como a presidência de Temer NÃO foi
ELEITA pelo voto dos profissionais do Conselho, e, portanto, NÂO pode deliberar
um documento tão importante como o Regimento Interno do CREA em apenas quinze
dias e ainda por cima dentro do período
eleitoral.
Por que tanta pressa e urgência? Um regimento
precisa ser amplamente debatido por todos e principalmente pelo presidente eleito. ONDE MORA A DEMOCRACIA?
FICOU SÓ NO DISCURSO PANFLETÁRIO APENAS OU NO FORA TEMER?
Deixo aqui outra reflexão com a
arbitrariedade dessa administração INTERINA: Como podem suspender o Programa
PROGREDIR? Um programa implantado há 13 anos, já consolidado, que atravessou
várias administrações e já ajudou milhares de profissionais que agora se vêem prejudicados no seu
aperfeiçoamento profissional.
Por que tantas interferências no CREA neste
breve período eleitoral envolvendo decisões que, ao meu ver e acredito que da maioria dos
profissionais deveriam ser debatidas e analisadas junto com a presidência
ELEITA no dia 15 de dezembro?
Em conversa com lideranças da AEARJ, fui
informada que o conselheiro que representa a entidade no Plenário do CREA e que
fez algumas modificações no Regimento sequer comunicou à presidência da AEARJ
esta movimentação. Como pode conselheiros que representam as entidades não
comunicá-las de seus atos ? Onde está a democracia?
Profissional, no dia 15 de dezembro fique
esperto entre os que diferenciam a prática do discurso. Eleja quem de fato tem
propostas concretas pra você e não apenas discursos vazios e que nada tem de
“democráticos”.
Renata Idalgo é jornalista, professora, escritora e poeta. Trabalhou no
CREA-RJ nos anos de 2000 a 2004 e 2009 a 2015, na Assessoria de Comunicação e
também como Assessora de Imprensa. Contribuiu com matérias para a Revista do
CREA-RJ e participou da Comissão de Pró-Equidade de Gênero e Raça do Conselho.
Elaborou vários jornais institucionais para o CREA-RJ e instituições como IBEC,
AEPET, AFEA entre outros.