“A
democracia não corre, mas chega segura ao objetivo”
Johann
Goethe
A título de
abrir um debate político, me causa estranheza e certo desconforto, a condução
do processo eleitoral das Eleições para o CREA-RJ, cujo pleito será dia 15 de
dezembro. Pensando nos princípios éticos e democráticos, que não podem fugir a
NENHUMA das candidaturas vigentes à presidência do CREA-RJ, espera-se que todo
o processo ocorra sem intervenções, sejam dos candidatos da situação ou da
oposição.
Pergunto: O que
é usar a máquina em beneficio de uma candidatura? Qual máquina institucional
está de fato por trás das candidaturas? Vale tudo em nome da “Democracia”?
Quando vejo
candidaturas levantando bandeiras panfletárias e com discursos falando de
mudanças e democracia, mas agindo na prática de forma dúbia e pior, arbitrária,
me questiono pra saber onde mora esta “democracia” tão falada, mas não
praticada.
Há um claro
movimento de oposição que vem buscando de forma desesperada e manipuladora
impedir que o CREA-RJ prossiga sua rotina, em meio ao processo eleitoral,
com risco de se prejudicar, inclusive, a vida dos profissionais e empresas que
utilizam os serviços da instituição. Três meses de gestão interina não devem
interferir no Conselho e nem penalizar funcionários com exonerações,
impedimento de férias e exposição pública de e-mail pessoal de funcionários.
O funcionário
que é profissional do Sistema e vota, tem todo o DIREITO de se manifestar sobre
a sua preferência de candidato, utilizando, claro, seu e-mail pessoal e não da
instituição e em uma gestão democrática, não pode JAMAIS ser punido e nem
exposto por isso.
Decisões
arbitrárias e precipitadas têm sido comuns nestas gestões interinas, onde o
presidente, candidato à reeleição, precisa se licenciar do cargo e seu BREVE
substituto assume a presidência, com o objetivo de presidir por apenas TRÊS
meses para manter a direção do Conselho e não para interferir na sua estrutura
já montada pela administração eleita.
Grandes decisões
e que envolvem a vida de pessoas não podem ser tomadas por gestão interina, que
não foi eleita pela base profissional. Isso ocorreu também na gestão anterior,
onde o então presidente na ocasião se licenciou para se candidatar à reeleição
e quando retornou, encontrou assinado acordo de dívida trabalhista coletiva que
requeria mais tempo para análise de sua gestão, com impacto de longo
prazo nas finanças do Conselho.
Deveria ter uma
determinação jurídica que impedisse as breves gestões interinas de tomar
decisões que comprometessem o CREA em sua rotina e assuntos maiores,
principalmente envolvendo pessoas. Nenhuma candidatura, seja de situação ou de
oposição, pode interferir nas decisões do CREA-RJ durante os três
meses de campanha.
Este é o
princípio da democracia, mas pra quem serve de fato? Onde mora essa democracia?
Na arbitrariedade e na manipulação? Não creio!
Dia 15 de
dezembro se aproxima. Profissional atente para os perfis dos candidatos não
apenas pelo discurso, mas, sobretudo pela prática. E diga não a
pseudodemocracia!
"O homem é
a medida de todas as coisas, das coisas que são, enquanto são, das coisas que
não são, enquanto
não são."
Protágoras,
Sofista grego
Renata Idalgo é jornalista, professora, escritora e poeta.
Trabalhou no CREA-RJ nos anos de 2000 a 2004 e 2009 a 2015, na Assessoria de
Comunicação e também como Assessora de Imprensa. Contribuiu com matérias para a
Revista do CREA-RJ e participou da Comissão de Pró-Equidade de Gênero e Raça do
Conselho.Elaborou vários jornais institucionais para o CREA-RJ e instituições
como IBEC, AEPET, AFEA entre outros.