quarta-feira, 25 de outubro de 2017

Onde mora democracia?






 “A democracia não corre, mas chega segura ao objetivo”
 Johann Goethe


A título de abrir um debate político, me causa estranheza e certo desconforto, a condução do processo eleitoral das Eleições para o CREA-RJ, cujo pleito será dia 15 de dezembro. Pensando nos princípios éticos e democráticos, que não podem fugir a NENHUMA das candidaturas vigentes à presidência do CREA-RJ, espera-se que todo o processo ocorra sem intervenções, sejam dos candidatos da situação ou da oposição.

Pergunto: O que é usar a máquina em beneficio de uma candidatura? Qual máquina institucional está de fato por trás das candidaturas? Vale tudo em nome da “Democracia”?
Quando vejo candidaturas levantando bandeiras panfletárias e com discursos falando de mudanças e democracia, mas agindo na prática de forma dúbia e pior, arbitrária, me questiono pra saber onde mora esta “democracia” tão  falada, mas não praticada.

Há um claro movimento de oposição que vem buscando de forma desesperada e manipuladora impedir  que o CREA-RJ prossiga sua rotina, em meio ao processo eleitoral, com risco de se prejudicar, inclusive, a vida dos profissionais e empresas que utilizam os serviços da instituição.  Três meses de gestão interina não devem interferir no Conselho e nem penalizar funcionários com exonerações, impedimento de férias e exposição pública de e-mail pessoal de funcionários.

O funcionário que é profissional do Sistema e vota, tem todo o DIREITO de se manifestar sobre a sua preferência de candidato, utilizando, claro, seu e-mail pessoal e não da instituição e em uma gestão democrática, não pode JAMAIS ser punido e nem exposto por isso.

Decisões arbitrárias e precipitadas têm sido comuns nestas gestões interinas, onde o presidente, candidato à reeleição, precisa se licenciar do cargo e seu BREVE substituto assume a presidência, com o objetivo de presidir por apenas TRÊS meses para manter a direção do Conselho e não para interferir na sua estrutura já montada pela administração eleita.

Grandes decisões e que envolvem a vida de pessoas não podem ser tomadas por gestão interina, que não foi eleita pela base profissional. Isso ocorreu também na gestão anterior, onde o então presidente na ocasião se licenciou para se candidatar à reeleição e quando retornou, encontrou assinado acordo de dívida trabalhista coletiva que requeria mais tempo para análise de  sua gestão, com impacto de longo prazo nas finanças do Conselho.

Deveria ter uma determinação jurídica que impedisse as breves gestões interinas de tomar decisões que comprometessem o CREA em sua rotina e  assuntos maiores, principalmente envolvendo pessoas. Nenhuma candidatura, seja de situação ou de oposição, pode interferir nas decisões do CREA-RJ durante os  três meses de campanha.

Este é o princípio da democracia, mas pra quem serve de fato? Onde mora essa democracia? Na arbitrariedade e na manipulação? Não creio!

 Dia 15 de dezembro se aproxima. Profissional atente para os perfis dos candidatos não apenas pelo discurso, mas, sobretudo pela prática. E diga não a pseudodemocracia!

"O homem é a medida de todas as coisas, das coisas que são, enquanto são, das coisas que não são, enquanto não são."
Protágoras, Sofista grego


Renata Idalgo é jornalista, professora, escritora e poeta. Trabalhou no CREA-RJ nos anos de 2000 a 2004 e 2009 a 2015, na Assessoria de Comunicação e também como Assessora de Imprensa. Contribuiu com matérias para a Revista do CREA-RJ e participou da Comissão de Pró-Equidade de Gênero e Raça do Conselho.Elaborou vários jornais institucionais para o CREA-RJ e instituições como IBEC, AEPET, AFEA entre outros.

sexta-feira, 6 de outubro de 2017

Imposto sindical, a quem interessa?




Pra que serve o imposto sindical? E a quem beneficia? Espera-se sempre que a contribuição seja usada efetivamente em prol de sua categoria. A pergunta que não quer calar é essa: O imposto sindical atende de fato aos profissionais e se atende, como na prática?A nova lei trabalhista que entrará em vigor a partir de meados de novembro estipula que a contribuição não é mais obrigatória para empresas e trabalhadores. Portanto, o desconto não será automático em abril de 2018.

O momento é crucial para que ocorra uma reformulação nos sindicatos. O profissional que tem descontado do seu contra cheque a contribuição sindical ou aquele que se filia ao Sindicato de sua categoria quer saber quais serão os seus benefícios, sem retóricas e partidarismo. Por que se levantam tantas bandeiras sobre Salário Mínimo Profissional se de fato os sindicatos não demonstram na prática esta defesa com ações e fiscalizações efetivas?

Os Sindicatos terão que se reciclar, se reformular e ter mais transparência na utilização da taxa associativa, já que o imposto sindical não poderá mais abastecer candidaturas a cargos em outras instituições que, em geral ocorrem, sem a anuência da base da categoria.Os profissionais, e acredito que a maioria dos que são sindicalizados, não concordam que suas contribuições sejam utilizadas para fins políticos, mas sim em defesa das suas profissões, da própria ação sindical e, sobretudo, de seus salários.

Fiz carteirinha do meu sindicato, cheguei a pagar algumas mensalidades, mas me pergunto até hoje, o que meu sindicato fez por mim? E vejo que nada. O desemprego e a escassez de mão de obra continuam. Uma antiga professora da minha época de faculdade de Jornalismo dizia: Eu parei de pagar minha contribuição sindical simplesmente porque a contrapartida era apenas minha, o Sindicato nunca se fez presente nas empresas onde trabalhei para exigir que me pagassem o meu piso salarial profissional, o mínimo que fosse. As empresas sempre burlavam a Lei e o Sindicato o que fazia? Nada. Apenas recebia minha contribuição.

Qual o futuro dos Sindicatos em 2018? O imposto sindical não é a única fonte de arrecadação dos sindicatos. Há ainda as pessoas que escolhem se filiar aos sindicatos e passam a contribuir mensalmente.


Em um país como o nosso que tem a maior carga tributária da América Latina, mas oferece o menor retorno em serviços aos seus cidadãos, os impostos trabalhistas sufocam o empregador e o trabalhador, estacionando o crescimento econômico do país e desestimulando a busca por novos empregos, não resta dúvida que o fim do imposto sindical vai desagradar a muitos, mas será renovador na relação capital-trabalho. Ou os sindicatos dizem a que vieram ou seus dirigentes buscarão se abrigar em outras instituições, distorcendo seus papéis.

Como disse Albert Einsten: “A luta pela verdade deve ter precedência sobre todas as outras”. Esperam-se novos rumos, mudanças de paradigmas e que muitos sindicatos saiam da ociosidade do discurso vazio e meramente panfletário do século passado, e passem de fato a agir efetivamente na defesa de seus profissionais, pois é isso que os profissionais querem. Menos discurso e mais prática.




Renata Idalgo é jornalista, professora, escritora e poeta. Trabalhou no CREA-RJ nos anos de 2000 a 2004 e 2009 a 2015, na Assessoria de Comunicação e também como Assessora de Imprensa. Contribuiu com matérias para a Revista do CREA-RJ e participou da Comissão de Pró-Equidade de Gênero e Raça do Conselho. Elaborou vários jornais institucionais para o CREA-RJ e instituições como IBEC, AEPET, AFEA entre outros.

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